quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"A Luneta mágica"




"A Luneta Mágica" - Joaquim Manuel de Macedo

O livro conta, em primeira pessoa, a história de Simplício, um rapaz que sofre de uma dupla miopia: a miopia física, que o impede de ver ou distinguir qualquer objeto a duas polegadas de distância de seus olhos e a miopia moral, que o impede de entender e distinguir as ideias dos outros ao seu redor.

Com o intuito de corrigir sua miopia, Simplício procura diversos médicos até que conhece um fabricante de lentes e especialidades óticas. Este senhor oferece a Simplício uma solução para sua miopia envolvendo mágica e, para isso, recorrem a um armênio que havia chegado recentemente para trabalhar em sua loja.

O armênio combinou que naquela noite faria uma luneta (óculos com apenas uma lente) mágica para Simplício, porém teria algumas recomendações: “Dou-te uma luneta mágica; verás por ela, quanto desejares ver, verás muito: mas poderás ver demais. (…) não fixes esta luneta em objeto algum, e, sobretudo, em homem algum, em mulher alguma por mais de três minutos (…) não a fixes por mais de três minutos sobre o mesmo objeto, ou aborrecerás o mundo e a vida”.

Ansioso com a possibilidade de enxergar o mundo, Simplício fixa o olhar na luneta por mais de três minutos e fica horrorizado com a cena que vê. Ingênuo, começa a fixar a luneta sobre tudo ao seu redor para ver aquilo que está além da aparência das pessoas, porém são visões que mostram pessoas egoístas, ambiciosas, gananciosas e, cada vez mais, Simplício torna-se excluído socialmente. Após diversas situações, a luneta de Simplício se quebra. Posteriormente, o armênio lhe entrega uma nova luneta, que ao contrário da primeira, quando fixada por mais de três minutos em algo mostra a imagem do bem.

Durante todo o enredo, o autor retrata a bondade e a maldade que existem em todas as coisas através da visão de Simplício e, assim, faz uma reflexão sobre a sociedade da época e os valores morais e costumes vigentes.

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